Um dia depois das decisões de política monetária dos bancos centrais brasileiro e norte-americano, as ações do Ibovespa tiveram forte alta e o índice alcançou um novo recorde intradia, acima dos 137 mil pontos. Os investidores repercutem a retirada da sinalização de novo ajuste no comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o que pode ser interpretado como um sinal de que o ciclo de alta da Selic terminou.
Para analistas, além do otimismo com os juros básicos estáveis em 14,75% ao ano, a entrada de fluxo estrangeiro na Bolsa pode dar fôlego para o Ibovespa seguir em alta. No ano, o índice de referência já acumula alta superior a 14%.
Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, diz que a decisão do Copom já era assunto do passado, mesmo antes de anunciada. Isto porque o mercado já havia precificado o impacto da alta de 50 bps na Selic e aguardava o comunicado para entender os próximos passos do BC.
“Os valuations acompanham, em certa medida, o juro futuro, portanto, estamos em um momento em que a Bolsa já incorpora os juros elevados nas premissas; daqui para frente é saber quando o ciclo de alta termina e quando (e se) podemos discutir o ciclo de queda”, explica.
Lá fora, a sinalização de que o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) pode manter os juros estáveis por mais tempo aumenta o apetite por ativos de risco em mercados emergentes, segundo Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos. Além disto, a valorização do real no último mês e diminuição da tensão entre China e EUA contribuem para a projeção da corretora de um Ibovespa em 145 mil pontos nos próximos meses.
Contudo, o enfraquecimento da economia chinesa e norte-americana é um risco para as ações locais, já que pode pressionar os preços das commodities e afetar exportadoras. Chinchila também lista a inflação interna e a possibilidade de uma nova escalada na guerra tarifária como fatores de risco. Portanto, “a tendência é positiva, mas com espaço para correções e maior seletividade nos investimentos”.
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Selic a 14,75%: sem sinais de nova alta, é hora de investir em ações cíclicas?
O vislumbre de um ciclo de queda de juros traz consigo recomendações em segmentos que geralmente sofrem com a Selic alta
08/05/2025 18h01 • Atualizado 3 dias atrás

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Um dia depois das decisões de política monetária dos bancos centrais brasileiro e norte-americano, as ações do Ibovespa tiveram forte alta e o índice alcançou um novo recorde intradia, acima dos 137 mil pontos. Os investidores repercutem a retirada da sinalização de novo ajuste no comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o que pode ser interpretado como um sinal de que o ciclo de alta da Selic terminou.
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Para analistas, além do otimismo com os juros básicos estáveis em 14,75% ao ano, a entrada de fluxo estrangeiro na Bolsa pode dar fôlego para o Ibovespa seguir em alta. No ano, o índice de referência já acumula alta superior a 14%.
Leia também: Onde investir em renda fixa, ações, fundos e no exterior com a Selic a 14,75%?

Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, diz que a decisão do Copom já era assunto do passado, mesmo antes de anunciada. Isto porque o mercado já havia precificado o impacto da alta de 50 bps na Selic e aguardava o comunicado para entender os próximos passos do BC.
“Os valuations acompanham, em certa medida, o juro futuro, portanto, estamos em um momento em que a Bolsa já incorpora os juros elevados nas premissas; daqui para frente é saber quando o ciclo de alta termina e quando (e se) podemos discutir o ciclo de queda”, explica.
Lá fora, a sinalização de que o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) pode manter os juros estáveis por mais tempo aumenta o apetite por ativos de risco em mercados emergentes, segundo Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos. Além disto, a valorização do real no último mês e diminuição da tensão entre China e EUA contribuem para a projeção da corretora de um Ibovespa em 145 mil pontos nos próximos meses.
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Contudo, o enfraquecimento da economia chinesa e norte-americana é um risco para as ações locais, já que pode pressionar os preços das commodities e afetar exportadoras. Chinchila também lista a inflação interna e a possibilidade de uma nova escalada na guerra tarifária como fatores de risco. Portanto, “a tendência é positiva, mas com espaço para correções e maior seletividade nos investimentos”.
Onde investir na Bolsa?
Considerando essa seletividade, as recomendações dos especialistas priorizam setores considerados defensivos, que não dependem do consumo interno e uma Selic menor para geração de caixa. As ações sensíveis aos juros, porém, começam a aparecer nas indicações.
No setor de energia, Fernando Camargo Luiz, gestor da Trópico Investimentos, recomenda as ações da Cemig (CMIG4) e Isa Energia (ISAE4): “as empresas de transmissão e distribuição funcionam como hedge (proteção) de caixa neste ciclo de aperto”. Ele explica que os contratos atrelados à inflação mitigam a alta de custos e “garantem fluxo previsível”.