Excepcionalismo e mais espaço para subir. Em meio à máxima histórica de fechamento atingida pelo Ibovespa nesta terça-feira (13), analistas de mercado apontam o que projetar para o índice da Bolsa brasileira a partir daqui.
Nesta terça, o Ibovespa bateu mais dois recordes: fechou com alta de 1,76%, aos 138.963,11 pontos, no maior patamar de fechamento da história do índice. Em 2025, a alta acumulada já é 15,5%. Além disso, na máxima do dia, chegou também pela primeira vez a 139 mil, com 139.418,97 pontos, o maior nível de todos os tempos.
Lucas Constantino, estrategista-chefe da GCB Investimentos, ressalta que a recente alta da bolsa não pode ser atribuída apenas a eventos pontuais, como o CPI (índice de inflação) dos EUA abaixo do esperado e a ata do Copom indicando o fim do ciclo de alta de juros no Brasil. Ele destaca que o mercado tem precificado um cenário mais otimista, impulsionado por um câmbio favorável, queda das taxas futuras e valuations ainda descontados dos ativos brasileiros. Assim, o recorde do Ibovespa é resultado de fatores domésticos e internacionais que influenciam o cenário macroeconômico, mesmo em um ambiente desafiador.
Entre os fatores que explicam o otimismo estão a reversão do pessimismo de 2024, com a estabilização do câmbio e a queda das taxas futuras de juros, e a rotação de portfólio em direção a mercados emergentes, já que investidores globais buscam novas oportunidades fora dos EUA. Além disso, a percepção sobre o ambiente interno melhorou, com expectativas mais otimistas e resultados corporativos robustos, sustentando a valorização dos ativos, aponta.
E, para boa parte do mercado, mais está por vir.
Em relatório de maio, a XP ressaltou manter visão otimista para a Bolsa brasileira, mesmo diante de riscos macroeconômicos relevantes. A corretora reiterou sua avaliação de que as ações locais seguem subvalorizadas e apontou um valor justo de 149 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2025.
Para a equipe de estratégia do banco, há otimismo com o mercado brasileiro, destacando que o país segue como um “vencedor relativo” entre os emergentes. A percepção foi, inclusive, confirmada em conversas da XP com investidores institucionais em Londres.
Também recentemente, o Bradesco BBI elevou a sua exposição para o Brasil na região da América Latina. Para a AL, por sinal, o banco aponta um “excepcionalismo” – isso porque, na média, os mercados da região tiveram a melhor performance do mundo em 2025 e que deve seguir.
“O mercado pode ignorar fundamentos por muito tempo – mas não para sempre. A ideia de que a bolsa brasileira está barata vem sendo repetido há meses. Mas ideias, como sementes, precisam de tempo certo para germinar. E os sinais mais recentes sugerem que o tempo do mercado de ações no Brasil pode finalmente estar chegando”, avalia o BBI.