O Bitcoin (BTC) teve um bom desempenho em abril, mesmo diante do cenário de guerra tarifária global, registrando uma alta de 14% no período – sua melhor performance mensal desde novembro. A valorização superou a dos principais índices de ações globais, como o S&P 500 e o Nasdaq, e até a do ouro, tradicionalmente visto como um porto seguro em tempos de crise.
“Esse desempenho relativo superior do Bitcoin foi sustentado por fluxos institucionais robustos, especialmente vindos de tesourarias corporativas. Cada vez mais empresas com elevados níveis de caixa, porém com crescimento operacional limitado, estão considerando o Bitcoin como uma opção estratégica de longo prazo”, disse a equipe do BTG Pactual em relatório.
Por causa do comportamento positivo da cripto em meio ao aumento da aversão global ao risco e das expectativas futuras, o Bitcoin foi mantido em seis das 10 carteiras mensais – sugeridas por gestoras, exchanges e analistas – levantadas pelo InfoMoney. Veja abaixo os tokens que apareceram em pelo menos dois portfólios diferentes.
Bitcoin (BTC)
O BTC tem alcançado um novo status no cenário econômico mundial com a consolidação de sua tese de “ouro digital”, segundo Rony Szuster, head da área de research do Mercado Bitcoin. “Dessa forma, esperamos que a criptomoeda apresente uma ótima performance no mês, uma vez que o ativo continua sendo o foco principal de atenção no atual ciclo de alta, algo possível de ser observado na alta dominância do BTC no mercado”, disse.
Ethereum (ETH)
O Ethereum não está performando bem neste ciclo, segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, mas ainda é a principal rede para se desenvolver aplicações para finanças descentralizadas (DeFi). Além disso, falou, a nova atualização de sua rede, prevista para o início deste mês, também pode ser um catalisador. ”Com a projeção de tornar a blockchain mais eficiente, esta (atualização) pode ser uma virada importante do ETH contra alguns concorrentes, como a Solana. Mesmo que isso se limite apenas a um movimento mais especulativo de curto prazo”.
Sui (SUI)
Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management, disse que o token SUI representa uma blockchain de alta performance focada em escalabilidade e baixa latência, com forte apoio institucional (A16z, Franklin Templeton e Coinbase Ventures) e desenvolvimento ativo. ”O ecossistema vem se expandindo de forma surpreendente, e o forte crescimento da atividade on-chain (na blockchain) na últimas semanas, em especial do TVL (total de ativos bloqueados na plataforma) no protocolo, indicam potencial de valorização no curto prazo”, falou.
Solana (SOL)
O BTG aumentou a exposição na Solana. Motivos? Capturar o potencial crescimento da relevância da plataforma no cenário de tokenização de ativos do mundo real (RWAs, na sigla em inglês), disse a casa em relatório. Além disso, o projeto firmou parceria com outra plataforma blockchain – a Ondo Finance -, o que, segundo a corretora ”viabiliza pela primeira vez a entrada direta de capital institucional na rede por meio de ativos reais tokenizados”.
Chainlink (LINK)
A Chainlink vale a pena porque é um projeto essencial na infraestrutura de vários protocolos de cripto e tem papel crucial de fornecer dados externos para alimentar os smart contracts (contratos inteligentes), de acordo com Valter Rebelo, especialista de criptomoedas da Empiricus. Além disso, falou, a cripto tem uma vantagem estratégica: sua proximidade com reguladores. “O protocolo tem se destacado como um dos mais engajadas na institucionalização do setor de criptomoedas. Um exemplo disso foi a participação do CEO do protocolo no recente Crypto Summit da Casa Branca, onde interagiu diretamente com legisladores e autoridades”.
